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Terminal de Itiquira é mais um passo do avanço da Ferrovia em Mato Grosso.

Sexta-feira, 01 de junho de 2012 | Publicado às 18h10

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O Terminal Intermodal de Itiquira - que será inaugurado neste sábado (02.06) com a presença do governador Silval Barbosa e do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos- é a concretização de um ideal visionário do grande Euclides da Cunha, lá no início do século 20, da determinação política do Senador Vicente Vuolo e do empreendedorismo de empresários que acreditaram na viabilidade desse projeto. O passo que se concretiza representa mais 212 quilômetros de ferrovia, no trecho Alto Taquari - Alto Araguaia - Itiquira. Os outros 148 quilômetros até a cidade de Rondonópolis estão em construção e o trecho deverá estar concluído até dezembro deste ano, segundo a concessionária América Latina Logística (ALL).

"O Terminal de Itiquira é um passo concreto do avanço da Ferrovia em Mato Grosso", afirma o secretário extraordinário de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes de Mato Grosso (Selit/MT), Francisco Vuolo. E esse avanço deve-se em grande parte à determinação política do governo Silval Barbosa, que vê a logística como um fundamento importante na expansão econômica de Mato Grosso, que hoje é o maior exportador de grãos, um dos maiores produtores de carne bovina.

A importância do Terminal Intermodal para a cidade de Itiquira, segundo Vuolo, tem diversos aspectos. O primeiro deles, é o econômico, que se vê claramente, cujos resultados efetivos já trouxeram para Mato Grosso, desde 2000, quando da inauguração do Terminal de Alto Taquari e posteriormente o Terminal de Alto Araguaia. A transformação por qual passou essas cidades e a região em torno delas é evidente. Eram cidades - apesar da qualidade da terra, do potencial agropecuário - cujas expectativas eram limitadas. Com a chegada da ferrovia aconteceu um crescimento significativo, atraindo indústrias, valorização econômica da terra, geração de novos empreendimentos, num círculo virtuoso permanente.

Junto com esse crescimento, alia-se os avanços sociais. Alto Taquari e Alto Araguaia investiram no aumento de escolas e na área de saúde para atender ao crescimento da demanda. Esses investimentos na área social, destaca Vuolo, impactaram também na população como um todo, além da geração de emprego e renda. "Ao que tudo indica, o Terminal de Itiquira vai produzir algo semelhante na região", analisa.

Outro aspecto significativo da ferrovia é a logística para o nosso Estado. Mato Grosso produz acima dos patamares e índices nacional e internacional, por conta de seu clima extremamente regular. "Não temos geadas, terremoto, furacão, aliado aos avanços das técnicas de produção, faz com que os exportadores apostem, cada vez mais, no nosso crescimento", disse.

Em um Estado de dimensões continentais - são mais de 900 mil km², o equivalente a três Itália - o investimento em logística é fundamental. "Precisamos melhorar as nossas estradas - e o governo vem fazendo isso, buscando novos recursos -, investir na hidrovia e ampliar a malha ferroviária, que é uma realidade", destaca Francisco Vuolo.

A gestão de todos esses modais é que vão garantir novos investimentos com atração de industrias que vão agregar valores à nossa produção. "A logística é que vai possibilitar tudo isso", afirma. A ferrovia, dentro desse painel logístico, segundo ele, tem um papel destacado, por ser um modal de transporte seguro e a relação custo-benefício é bastante positiva, e vai baratear o custo de escoamento da nossa produção.

O avanço da Ferrovia deve-se a ação do Governo Federal, que inseriu a ferrovia dentro do PAC I, aliado a ação do governo de Mato Grosso, aliado aos esforços da bancada federal e, importante, a iniciativa privada, por parte da ALL que acreditou na viabilidade e colocou a Ferronorte, através da gestão competente, num cenário viável.

PARÊNTESES HISTÓRICO - Aqui é importante abrir um parênteses histórico. A ideia da construção de uma ferrovia interligando o Centro-Oeste ao Sudeste do País foi proposta pela primeira vez, por Euclides da Cunha em 1901. Essa ideia foi abraçada pelo Vicente Vuolo, que hoje empresta o nome à Ferrovia. Em 1974, Vicente Vuolo, então deputado federal, apresentou Projeto de Lei para incluir no Plano Nacional de Viação a ligação entre o Estado de São Paulo e Cuiabá.

O traçado da ferrovia partiria de Rubineia (SP), passando por Aparecida do Taboado (então MT, hoje MS), Rondonópolis (MT) e atingiria Cuiabá (MT), conforme a Lei 6.346 de 06 de julho de 1976, sancionada pelo presidente Ernesto Geisel. Em 19 de maio de 1989 foi assinado o contrato de concessão da ferrovia, e após inúmeros adiamento foram iniciadas as obras do trecho Santa Fé do Sul (SP) - Alto Araguaia (MT) em 1991. Mas somente em 1999 a Ferrovia chegou a Alto Taquari, após a construção da Ponte Rodoferroviária liga os estados brasileiros de Mato Grosso do Sul e São Paulo sobre o Rio Paraná, unindo a cidade sul-mato-grossense de Aparecida do Taboado à cidade paulista de Rubineia, também com ação de Vicente Vuolo, senador. (Fecha-se o parênteses)

A vontade política, segundo o secretário Francisco Vuolo, foi fundamental no avanço da Ferronorte. Primeiro lá atrás, com Vicente Vuolo, agora com ação do Governo, com a criação da Selit, que permitiu que se cumprisse o cronograma proposto e um ganho de tempo o equivalente a cinco anos.

 
Com a articulação política do governador Silval Barbosa - que também integra o Fórum Pró-Ferrovia -, por conta de sua visão estratégica, possibilitou que a ALL devolvesse a concessão da ferrovia dos trechos Cuiabá-Rondonópolis e Cuiabá-Santarém. Essa devolução possibilita a mudança do modelo de concessão, que poderá ser PPP ou de investimento direto da iniciativa privada ou mesmo financiamento por parte do Governo Federal via BNDES.

Até dezembro a Ferrovia chega em Rondonópolis. Os estudos de impactos ambientais e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA-Rima), estudo de viabilidade econômica, ambiental e projeto básico com definição do traçado da ferrovia de Rondonópolis a Cuiabá, já estão sendo executados.

O Terminal de Itiquira já está operando em caráter experimental desde 28 de abril. Em um mês, o terminal embarcou mais de 42 mil toneladas de soja para o Porto de Santos. A capacidade estática do terminal é de 100 mil toneladas/dia e deverá movimentar 2,5 milhões de toneladas ao ano aos 15 milhões de toneladas que são movimentados atualmente. O complexo de Itiquira representa um investimento de R$ 40 milhões e tem perto de 6 km de extensão numa área de 70 hectares.

Fonte: JOÃO BOSQUO- ASSESSORIA/SECOM-MT