08 DE MARÇO

Mulheres que superam desafios diários em busca do próprio sonho

Domingo, 08 de março de 2020 | Publicado às 16h55

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher, entrevistamos duas servidoras para contar as suas histórias e mostrar as lutas diárias para estar no serviço público, além de revelar quem são fora da Seplag

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Da esquerda para direita: Regina Andrade, recepcionista do gabinete do secretário da Seplag e Taysse Costa, auxiliar de serviços gerais na Secretaria - Foto por: João Vaz | Seplag

O dia 8 de março é um dia de luta, perseverança e busca pela igualdade. É uma data com raízes profundas e sérias. No universo de 421 servidoras mulheres na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), duas histórias foram selecionadas. Histórias de luta, dedicação à família e ao serviço público, de sonhos. Vidas que se cruzam na Seplag.  

Os traços indígenas e o sorriso no rosto são características marcantes de Taysse Costa, de 25 anos. Mãe de Sabrina, Stefany e Miguel, a auxiliar de serviços gerais da Seplag começa o dia às 06h, prepara o café das crianças e os leva até a escola, antes de enfrentar a superlotação do coletivo e chegar à Secretaria.

Enquanto procura por um emprego fixo, o esposo de Taysse faz bicos para ajudar no sustento da casa e no tratamento do filho Miguel, de 2 anos, que nasceu com malformação congênita nos pés.

Mesmo diante das dificuldades e os desafios do dia a dia, Taysse não se deixa abalar. Todas as manhãs na Seplag ajuda na manutenção do prédio deixando o ambiente limpo e agradável para os servidores.

Com o filho Miguel no colo, que está com os pés engessados devido à malformação, ela revela os seus sonhos. "Eu quero sair do aluguel e ter uma casa para dar um conforto melhor para minha família. Sabrina e Stefany pedem um quarto só pra elas, mas não temos condições de realizar esse desejo”.

A casa onde mora possui apenas um quarto para cinco pessoas, uma cozinha e um banheiro. Taysse acredita que conseguirá realizar esse sonho de ter a casa própria. Além disso, ela revela um outro grande desejo: cursar medicina para ajudar seus familiares e os mais necessitados.

Em outro ponto da cidade, Regina Andrade, de 52 anos, neta de ribeirinhos e recepcionista no gabinete do secretário da Seplag se prepara para sair de casa. De segunda a sexta-feira se dedica ao serviço público e aos finais de semana gerencia seu próprio negócio, um buffet, para complementar a renda.

Regina é viúva e mãe de três filhos. Após a morte do esposo, com quem se casou ainda no ensino médio e viveu 28 anos, ela teve que reaprender a viver só e terminar de educar os filhos.

Segundo ela uma das coisas mais difíceis foi a queda no padrão de vida. Com o falecimento do esposo, ela perdeu a empresa que tinha e teve que recomeçar.

De segunda a sexta acorda às 6h para começar a se arrumar e levar os seus filhos no trabalho. Antes de chegar à Seplag deixa um a um no local de trabalho.

A neta de ribeirinhos aprendeu a amar a culinária com sua avó, que costumava limpar peixes na beira do rio Cuiabá e preparava as delícias cuiabanas.

Hoje, mesmo sendo servidora pública, ela afirma que uma das suas maiores paixões é a culinária.

Para ela, a gastronomia é como uma terapia. “Na cozinha eu me sinto realizada, pois esqueço dos problemas e das dificuldades. Quando estou na cozinha fico focada e me transformo. Questionada sobre um sonho, ela não titubeia. “Abrir um negócio no ramo de alimentação”.

Duas servidoras que desempenham funções diferentes dentro do mesmo local de trabalho, com história diferentes, mas com coisas em comum: o amor à família e o sonho de conquistar seu espaço na sociedade e realizar seus sonhos.

(Supervisão de Texto Nayara Takahara)

 


Fonte: Éverton Anunciação | Seplag