Com o objetivo de identificar fatores no ambiente de trabalho que provoquem mal estar e/ou sofrimento aos servidores e desenvolver ações para sua redução ou eliminação, a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) tem promovido programas internos para fomentar o diálogo entre servidor e líder e também entre os próprios servidores.

A ação é realizada através de rodas de conversas, uma das oportunidades criadas para que a situação que causa mal estar no relacionamento laboral deixe de ser um sofrimento pessoal e passe a contar com apoio profissional na busca por soluções. Por meio da reflexão, o servidor é estimulado a construir a sua autonomia para a solução do problema.

Há pelo menos dois meses, a Coordenadoria de Segurança e Saúde no Trabalho da área Sistêmica vem promovendo momentos de socialização entre os servidores. Ao todo, sete rodas de conversas foram realizadas tendo como público-alvo profissionais que ocupam cargos de liderança, estagiários e outras funções. A proposta é ampliar cada vez mais o alcance da ação que tem a saúde mental como um dos seus produtos.

“A relação trabalho e sofrimento psíquico é um assunto ainda pouco discutido e encarado, mesmo com?dados revelando resultados alarmantes. Por meio de ações práticas, a Seplag busca reverter essa situação ao convidar todos os seus servidores para participarem de conversas?sobre temas identificados como problemáticas em pesquisa de diagnóstico situacional?e com o acompanhamento de profissionais como psicólogos e assistentes sociais”, explicou a secretária adjunta de Administração Sistêmica da Seplag, Eliane Albuquerque.?

Dados da Coordenadoria de Monitoramento de Pessoal da Seplag revelaram que as doenças ligadas a transtornos mentais e comportamentais foram as que mais acometeram os servidores nas Secretarias de Gestão (Seges) e de Planejamento (Seplan), em 2018. Nesta esteira estão ainda doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo.

Transtornos ansiosos de pânico foram responsáveis por 43,70% dos afastamentos, enquanto os episódios depressivos respondem por 32,20%. A faixa etária mais acometida é entre os 30 e 44 anos de idade.

Na avaliação da coordenadora de Segurança e Saúde no Trabalho, Grazielly Rondina, os retornos que têm chegado dos gestores que ocupam cargos de liderança demonstram que os resultados estão dentro do esperado para a fase inicial do programa. “Eles comentam que têm enxergado suas equipes com outro olhar e identificado mais facilmente as necessidades do grupo após a realização das rodas de conversas”.

Os assuntos das rodas de conversas foram escolhidos a partir de uma pesquisa realizada com servidores da antiga Seges, em 2017/2018. A comunicação ineficiente entre servidores e gestores foi um dos temas diagnosticados durante o levantamento.

Programas de proteção à saúde e prevenção de acidentes em serviço, de agravos relacionados às condições do trabalho, ações de acompanhamento psicossocial e de educação para aposentadoria também são produtos desenvolvidos pela Coordenadoria Segurança e Saúde no Trabalho, criada há pouco mais de cinco meses na Seplag.

“Até o final do ano já estão programadas diferentes atividades voltadas para o servidor, entre oficinas, palestras, seminários e mais rodas de conversas”, adiantou a assistente social da Seplag, Elda Gomes. Segundo ela, o intuito é alcançar um número cada vez maior de servidores para expandir o campo de atuação do programa.