POLÍTICAS PARA AS MULHERES

Mato-grossenses participam da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres em Brasília

Segunda-feira, 12 de dezembro de 2011 | Publicado às 17h52

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Cerca de 50 mulheres irão representar Mato Grosso na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que acontece em Brasília, de segunda (12.12) a quinta-feira (15.12). O evento tem o objetivo de avaliar a situação das mulheres no Brasil, além de promover a autonomia e igualdade, e contará com a participação de representantes de todos os estado do país.


As integrantes da comitiva, que saiu de Cuiabá na manhã deste domingo (11.12), foram escolhidas durante a 3ª Conferência Estadual sobre o tema, realizada na capital mato-grossense em outubro. Elas irão apresentar as propostas elaboradas em grupos de trabalho durante a Conferência Estadual, refletindo as prioridades das mulheres que aqui vivem. Entre outras temas, as mulheres de Mato Grosso defendem a efetivação do Programa Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e que as mulheres tenham acesso mais amplo ao conhecimento.

Para a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e superintendente de Políticas para Mulheres do Estado de Mato Grosso, Ana Emília Iponema Brasil Sotero, o evento é de extrema importância porque nele serão apresentadas e discutidas as prioridades elencadas nas conferências estaduais do Brasil inteiro.

Durante os quatro dias de conferência, estas propostas serão apresentadas para a plenária. Delas sairão as políticas públicas para serem implementadas em todos os estados, explicou Ana Emília. Os principais tópicos das propostas elaboradas por Mato Grosso são a criação de creches, a criação de uma secretaria Adjunta Estadual de Políticas para Mulheres, o fortalecimento da autonomia integral da mulher e a inclusão de maior orçamento para as ações de enfrentamento à violência contra a mulher, em todas as esferas, disse. "A minha expectativa é que pelo menos 50% das propostas enviadas por Mato Grosso sejam eleitas."

A professora e vereadora Lúcia de Lourdes Gonçalves, que participa há cerca de 10 anos da Comissão Permanente das Mulheres de Cáceres, declarou que no evento nacional devem ser aprofundadas ainda mais as políticas que já foram propostas no 2º Plano Nacional de Políticas para Mulheres. "Vamos fazer uma avaliação do plano no que se refere à implantação da política. Queremos fazer com que o plano seja realmente efetivado, tanto nas esferas municipal, estadual e federal."

O maior problema enfrentado pelas mulheres ainda é a violência, declarou a presidente do Conselho Municipal de Políticas para Mulheres de Cáceres, Angelina de Oliveira Costa. "Muitas não denunciam ou retiram suas denúncias por dependerem financeiramente dos maridos. Essa é a realidade cacerense, mas é também a de outros lugares", explicou, salientando que a Lei Maria da Penha é muito importante, mas que na prática surgem problemas para sua aplicação, principalmente devido às questões estruturais. "Esperamos sair com diretrizes passíveis de execução".

Já as representantes de Juara, Benedita Maria de Oliveira Gonçalves e Célia Regina da Costa Galdino Peres, têm a expectativa de que na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres sejam acatadas as propostas que foram elaboradas pela base. "Queremos que as políticas sejam efetuadas no dia a dia, especialmente no que se refere à saúde e à violência contra a mulher. A representante de Nossa Senhora do Livramento/Quilombo de Mata Cavalo. Lucilene Ferreira, declarou que está participando do evento nacional pela importância de lutar por seus direitos. "Nós, que moramos lá, sabemos das dificuldades da mulher quilombola e conhecemos suas necessidades. Busco melhorias para minhas filhas, sobrinhas, irmãs, amigas, para todas as mulheres", destacou.

A presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher informou também que, durante a Conferência Nacional, as 3 mil delegadas reivindicarão à presidenta Dilma Rousseff a permanência e o fortalecimento da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM/PR) e da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir).

 


Fonte: SOLANGE DE FÁTIMA WOLLENHAUPT - Redação/Secom-MT