SEGURANÇA PÚBLICA

Prisões encorajam denúncias de violência doméstica

Terça-feira, 15 de janeiro de 2013 | Publicado às 18h27

Em 2012, 323 agressores foram presos por crimes de violência doméstica, praticados no município de Várzea Grande contra mulheres e crianças. Em todo o Estado foram mais de 1.400 agressores.

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A prisão, cujo objetivo principal é cessar a violência sofrida, proporcionando segurança às vítimas, é um mecanismo que encoraja denúncias à Polícia. Em 2012, 323 agressores foram presos por crimes de violência doméstica, praticados no município de Várzea Grande contra mulheres e crianças. Em todo o Estado foram mais de 1.400 agressores.

-As vítimas têm mais coragem de vir à delegacia e o inquérito fica mais completo. No caso do homem ser muito violento a prisão imediata é necessário-, observa a delegada adjunta da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso, de Várzea Grande, Ana Paula de Farias Campos.

Segundo a delegada Ana Paula, nos casos de violência sexual contra crianças a prisão é necessária, pois geralmente o agressor é do convívio da vítima e as testemunhas acabam ficando com receio de denunciar para não se envolver. -A criança está mais vulnerável e a Polícia tem que agir mais rápido, pois o sofrimento é maior-, frisa.

Um dos casos graves de violência contra a mulher e criança, atendidos pela Delegacia, ocorreu no dia 30 de março, e ganhou repercussão nacional. Durante uma diligência, dois investigadores se deparam com um casal brigando, na Avenida Alzira Santana, em Várzea Grande. Em uma motocicleta, o casal começou a brigar e de repente a mulher saltou da moto e o homem desceu em seguida com um revólver calibre 38 em punho, atirando contra a mulher, em plena luz do dia e na avenida movimentada.

Ao ver a cena, os policiais estacionaram a viatura e correram para socorrer a mulher que se protegia dentro de uma loja e oficina de pneus. O suspeito chegou a atirar contra um dos investigadores, quando ele anunciou ser polícia, mas o disparo felizmente não atingiu ninguém. Instantes depois o homem se entregou em foi levado à Delegacia da Mulher e atuado por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo.

A prisão do motorista Márcio Foter, 37, é apenas um dos muitos casos de violência doméstica, diariamente atendidos pela Delegacia da Mulher de Várzea Grande. A vítima, uma mulher de 25 anos, assim como muitas outras, também já vinha sofrendo violência física e psicológica do companheiro. Nesse caso, a mulher chegou a fazer boletim de ocorrência de lesão corporal, fato ocorrido no interior do Estado, quando teve todo o cabelo cortado pelo companheiro.

No ano passado, o tio de uma menina de seis anos foi preso por maus tratos a criança. Ele também foi indiciado por tentativa de homicídio pelas agressões feitas à sobrinha. A menina teve uma sequencia de crises convulsivas decorrentes da surra que levou do tio, que usou uma toalha molhada e ainda bateu a cabeça da menina contra um guarda-rouba. "A prisão dele garantiu a aplicação da lei e proporcionou um ambiente seguro para essa criança, que retornou para casa", disse a delegada Daniela Maidel.

Outro caso absurdo de maus tratos e abuso sexual de crianças denunciado à Polícia Judiciária Civil levou a prisão de um casal e um idoso, acusados de estupro de vulnerável, em novembro de 2012. Em cumprimento de mandado de prisão temporária foram presos o casal Aurenira Santos de Souza, 25, e Ademilson Celestino Martins, 43 e o idoso Benedito Leopoldino de Campos, de 85 anos. As prisões foram efetuadas no bairro São Simão, no município. Os três vão responder por estupro de vulnerável.

Cinco crianças, todas irmãs com idades de 10, 7, 5, 3 e 2 anos, sendo 4 meninas e 1 menino, moradoras do bairro São Simão, estavam constantemente sofrendo maus tratos e abusos. As cinco crianças são filhas biológica da mulher e duas, de 3 e 2 anos, nasceram do casal.

De acordo com as investigações, o casal orientava as crianças, principalmente as 3 mais velhas, a irem até a casa do idoso onde sofriam abusos sexuais em troca de comida. A Delegacia apurou que a meninas de 10 e 7 anos eram a mais vulnerável, por sofrerem ainda maus tratos da mãe e do padrasto.


Fonte: LUCIENE OLIVEIRA/Assessoria/PJC-MT